sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Oração e Soberania de Deus


Negligente: Entendo que você crê na providência de Deus. Correto? 
Devoto: Sim.
Negligente: Isso significa que você crê, como diz o Catecismo de Heidelberg, que nada acontece por acaso, mas somente pelo desígnio e plano de Deus?
Devoto: Sim, eu creio que é isso o que a Bíblia ensina.
Negligente: Então, por que você ora?
Devoto: Não vejo nenhum problema. Por que não deveríamos orar?
Negligente: Bem, se Deus ordena e controla todas as coisas, então o que ele planejou desde a eternidade acontecerá, correto?
Devoto: Sim.
Negligente: Então, acontecerá quer você ore ou não, correto?
Devoto: Isso depende do que Deus ordenou que acontecesse em resposta à oração. Se Deus predestinou que algo acontecerá em resposta a uma oração,isso não acontecerá sem a oração.
Negligente: Espere um minuto! Isso é confuso. Você está dizendo que toda resposta à oração é predestinada ou não?
Devoto: Sim, é! Foi predestinada como uma resposta à oração.
Negligente: Assim, se a oração não acontecer, a resposta não acontecerá?
Devoto: Correto.
Negligente: Assim, o evento é contingente da nossa oração para que aconteça?
Devoto: Sim. Penso que por contingente você quer dizer que a oração é a razão real do evento acontecer, e que sem a oração o evento não ocorreria.
Negligente: Sim, é o que quero dizer. Mas como um evento pode ser contingente da minha oração e ainda ter sido eternamente fixado e predestinado por Deus?
Devoto: Por que a sua oração foi tão fixada quanto a resposta predestinada.
Negligente: Explique.
Devoto: Não é complicado. Deus ordena providencialmente todos os eventos. Deus nunca ordena um evento sem uma causa. A causa também é um evento. Portanto, a causa também foi pré-ordenada. Assim, você não pode dizer que o evento acontecerá mesmo que a causa não, pois Deus não ordenou assim. O evento acontecerá se a causa acontecer.
Negligente: Então, o que você está dizendo é que as respostas às orações são sempre ordenadas como efeitos da oração que é uma das causas, e que Deus predestinou a resposta somente como um efeito da causa.
Devoto: Correto. E visto que tanta a causa como o efeito foram ordenadas, você não pode dizer que o efeito acontecerá mesmo que a causa não, pois Deus não ordena efeitos sem causas.
Negligente: Pode me dar algumas ilustrações?
Devoto: Claro! Se Deus tivesse predestinado que eu morresse com um tiro, então eu não morreria se a bala não fosse disparada. Se Deus tivesse predestinado que eu fosse curado mediante uma cirurgia, então se não houvesse nenhuma cirurgia, eu não seria curado. Se Deus tivesse predestinado incendiar minha casa com o fogo do fogão, então se não existisse nenhum fogo, não haveria nenhum incêndio. Você diria algo assim: “visto que Deus predestinou que o sol brilhará, haverá brilho quer haja fogo ou não no sol?”
Negligente: Não.
Devoto: Concordo. Por que não?
Negligente: Por que o brilho do sol vem do fogo.
Devoto: Correto! É assim que penso com respeito às respostas à oração. Elas são o brilho, e a oração é o fogo. Deus estabeleceu o universo de uma forma que em grande medida ele funciona com oração, da mesma forma que estabeleceu que o brilho aconteceria em grande medida por causa do fogo. Faz sentido?
Negligente: Penso que sim.
Devoto: Então paremos de inventar problemas e fiquemos com o que a Escritura diz. Pedi e dar-se-vos-á. Não recebeis porque não pedis. 

John Pipper

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Dar o Coração!!!!!!!!




A Bíblia oferece vários exemplos de pessoas que amavam dar. No Antigo Testamento, lemos que, quando o tabernáculo estava sendo construído, os israelitas foram tão generosos e abençoados nesta ocasião que Moisés teve que lhes dizer: “Tudo bem, rapazes. Basta! Temos mais do que precisamos. Não tragam mais nada.” Aquelas pessoas entenderam a bênção que há em dar.
E o Novo Testamento fala de crentes que amavam dar, e até   mesmo imploravam a Paulo, para que este lhes permitisse dar.  Paulo declarou sobre estes crentes: “eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos” (2 Co 8.4). Ouvimos falar de pastores que imploram à sua congregação para que contribuam com dinheiro, mas esta era uma congregação que implorava para contribuir.
Então qual foi o segredo da generosidade destes crentes? Paulo menciona no verso seguinte: “E não somente fizeram o que  esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus” (2 Co 8.5). Veja que, se você dá de si mesmo a Deus, você também vai dar do seu dinheiro. Colocando de outra forma: se você não dá do seu dinheiro, você realmente dá de si mesmo? Você pode pensar: “Bem Senhor, tu és soberano sobre todas as áreas, exceto esta. Isso é meu, mas o resto é seu.” Deus pode ter o seu dinheiro e não ter o seu coração. Mas Ele não pode ter o seu coração e não ter o seu dinheiro (Devocionais Diários, 28.05.12).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Os Paradoxos da Oração



Não andeis ansiosos e agitados, correndo de um lado para o outro; o melhor a fazer
é orar entregando tudo nas mãos de Deus com alegria no coração.E a paz de Deus,
que vai além da nossa compreensão, guardará nosso coração de
coisas desnecessárias e manterá nossa mente no foco certo”.
( Epístola do apostolo Paulo aos Filipenses 4.6-7 - Tradução livre do texto em grego)
Nosso tempo é marcado pela pressa, agitação e o estresse. Vivemos sob a ditadura das horas marcadas! Tal e qual o coelho do conto "Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, estamos sempre atrasados, sempre com pressa... e nem sempre sabemos o porquê ou em qual direção estamos indo!
Diagnosticamos que algo está errado com toda esta agitação! Nem sempre, contudo, sabemos qual a profilaxia capaz evitar ou nos curar das suas conseqüências. E há alguma?
A oração é o “SIM” que corajosamente a fé cristã procura dar a esta pergunta. E obviamente isto parece ser um paradoxo! Afinal, neste tempo de fast food, de relacionamentos virtuais e de pílulas que fazem de “quase tudo” (engordar, emagrecer... e até ser feliz!!), orar parece ser coisa de gente que não tem o que fazer! Até que começamos a orar e aprendemos que a oração nos leva mesmo viver inúmeros paradoxos. Eu particularmente gosto do paradoxo de que o tempo gasto com a oração me faz sempre ganhar tempo!
É neste tempo da agitação, da pressa, da insegurança e do medo, que somos chamados a voltar nossos olhos para Deus e reaprender a orar! Algumas pesquisas científicas têm demonstrado que a oração traz ótimos benefícios para a saúde integral do ser humano. Li o resultado de uma dessas pesquisas na qual o autor comprova, por exemplo, que pessoas que oram diariamente são mais felizes, menos ansiosas, menos propensas às cardiopatias e até sofrem menos resfriados!!
Nosso Deus é realmente maravilhoso! Além de conceder-nos o privilégio indizível, que é a Sua presença de Amor, ainda nos dá um pacote completo de benefícios!
E ainda há quem não crê!
E ainda há quem não ore...
Rev. Ézio Martins de Lima
Igreja Presbiteriana Independente Central de Brasília